Histórico e contextualização do Programa

Desde o século XIX, microbiologistas e parasitologistas têm enfrentado e proposto soluções para epidemias, endemias e pandemias, a saber: malária, febre amarela, dengue, doença de Chagas, leishmaniose, toxoplasmose, entre outras. Tais doenças tropicais vêm sendo priorizadas em editais e pesquisas e somam boa parte da produção científica da área de ciências biológicas. Entretanto, estudo realizado pelo PNUD e PronaBio (Ministério do Meio Ambiente) apontou que pesquisas envolvendo diversidade, evolução, processos patogênicos, metabolismo e fisiologia de microrganismos e protozoários ainda são escassos, apontando um importante déficit de recursos humanos bem como recursos financeiros para condução de pesquisas que envolvem métodos moleculares, imunológicos e de cultivo, tanto dispendiosos quanto laboriosos.

O cenário político brasileiro e, mesmo internacional, associado às recentes mudanças climáticas em nosso planeta, tem contribuído para o espalhamento com consequente emergência/reemergência de diversas doenças tropicais.

A partir de 2013, o Brasil vem registrando epidemias de arbovírus emergentes como Zika e Chikungunya, a reemergência da Febre Amarela em fim de 2016 (inicialmente como epizootia mas com risco de reurbanização), uma epidemia silenciosa de sífilis, as epidemias esporádicas associadas aos vírus Dengue, entre outros exemplos. Somente em 2016, cerca de 2.000.000 brasileiros adoeceram por doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Sem falar da emergência da malária na região serrana do Estado do Rio de Janeiro, o registro de grande aumento na esporotricose e da necessidade de acompanhar gestantes e recém-natos em risco de mal-formações congênitas seja por zikavírus, parvovírus B19, citomegalovírus, toxoplasmose ou sífilis.

Assim, acreditamos que nosso programa tem importante potencial para responder aos desafios em vários destes temas, contribuindo para o conhecimento de aspectos epidemiológicos e laboratoriais, para o desenvolvimento e avaliação de testes diagnósticos, drogas antimicrobianas e controle higiênico sanitário dos agentes microbianos e parasitários de importância médica e veterinária. Finalmente, entendemos que estes estudos podem ainda resultar em ações nas áreas de educação em saúde, ética e integridade científica, promovendo uma melhoria significativa na qualidade de vida para a população de nosso país, que ainda hoje se apresenta com elevadas prevalências de infecções e infestações.

O Programa de Pós-Graduação em Microbiologia e Parasitologia Aplicadas (PPGMPA) pode representar um sólido patamar para despertar vocações docentes, de pesquisa e inovação tecnológica. A proposta deste programa é a formação de profissionais, em nível de Mestrado e Doutorado (implementado em 2015), capacitados à pesquisa e formação de recursos humanos em Microbiologia e Parasitologia Aplicadas, principalmente em temas ainda carentes de pessoal especializado no Estado do Rio de Janeiro e no Brasil. Estes temas são o diagnóstico laboratorial, a investigação epidemiológica, bioquímica e molecular além de estudos de evolução e patogenia de doenças fúngicas, virais, bacterianas e parasitológicas no homem e em animais, bem como de doenças sexualmente transmissíveis e de doenças vinculadas à contaminação microbiana do meio ambiente, em particular de veiculação hídrica, além de estudos de paleobiologia. No PPGMPA  são desenvolvidos projetos em temas como: Diagnóstico laboratorial, evolução e patogenia das infecções bacterianas, Diagnóstico laboratorial,evolução e patogenia das infecções por fungos, helmintos, protozoários e outros parasitos, Diagnóstico laboratorial, estudos epidemiológicos, evolutivos e de patogenia das infecções virais, Doenças de veiculação hídrica e Doenças sexualmente transmissíveis, além de Pesquisas em Drogas antivirais. Ressaltamos que esta última é uma nova linha do nosso programa, com estudos em terpenos e extratos de algas e vegetais com potencial antiviral pra rotavírus, herpesvírus, calicivírus, entre outros , e consiste em importante desafio para os nossos docentes pesquisadores, podendo levar à obtenção de patentes e pesquisas clínicas.

Desde a implantação do curso, em 2007, a Universidade Federal Fluminense (UFF) vem apoiando a consolidação do PPGMPA através do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI, 2013-2017). A UFF é uma universidade relativamente nova, com seus cerca de 55 anos de existência. Com o programa REUNI (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), tornou-se a maior Universidade Federal do Brasil, em termos de número de alunos. Além disso, apresentou um crescimento significativo em seus indicadores acadêmicos, na quantidade e qualidade de seus cursos de pós-graduação, nível de seus pesquisadores, quantidade de publicações e projetos de extensão. A partir de 2004, a UFF passou a fazer fomento interno ao ensino, pesquisa e extensão, por meio dos chamados “Programas do PDI”. Esta iniciativa, com poucos paralelos em outras universidades, propiciou a aceleração do incremento da qualidade acadêmica, tendo como eixo central a “Expansão de Vagas e Melhoria Qualitativa dos Cursos”. Depois desta expansão tão ambiciosa, a UFF redireciona o seu PDI para um novo eixo central que passará a ser a Qualidade Acadêmica, priorizando projetos relativos à infraestrutura (implementação de laboratórios multiusuários, salas de webconferencia, entre outros), aquisição de equipamentos, bem como de verba para material de consumo e eventos de Internacionalização da Pós-Graduação. O PPGMPA tem concorrido nestes editais e sido contemplado, o que vem proporcionando ao grupo de docentes, não apenas a execução de seus projetos, mas também a expansão física, científica e de formação de recursos humanos dentro da universidade e mesmo nos contextos nacional e internacional.

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Centro de Investigação de Microrganismos

Laboratório de Bacteriologia Veterinária

Laboratório de Bacteriomas Marinhos

Laboratório de Cocos Gram Positivos

Laboratório de Microbiologia Experimental e Aplicada

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